Estou a ler um livro que tinha em casa já há bastante tempo e um dia destes pensei... Vou ver se é interessante... Ora nem sempre tenho dinheiro para comprar livros e se tenho tantos em casa, porque não dar uma espreitadela???
Ora assim foi...
Então estou a ler (deixem ver se consigo colocar a imagem)
Não é livro fascinante, mas estou a gostar...
Queria partilhar uma passagem do livro que gostei muito:
"Abriu a janela, apesar do dia particularmente chuvoso e do vento bravio vindo do mar. Estava no primeiro andar e via a enorme curva do horizonte, confundindo céu e mar, esbatida em nuvens... Era como se não se soubesse onde acabava o ar e começava a água... 'Afinal é como em tudo. É como na nossa vida: tudo se confunde. Tudo se liga. Tudo se influencia. Eu sou o meu presente, o meu passado e o meu futuro.' Sentia curiosamente que era já futuro naquele momento, como se o infinito viesse ao seu encontro. Ao seu pensamento viram algumas palavras que de repente não identificou. Palavras e uma melodia. Recuou alguns anos. Eram palavras que ouvira na sua infância (...):
«E vi um novo céu e uma nova terra.
Porque o primeiro céu e a primeira terra desapareceram,
e o mar já não existe»
Via-se a cantar aquelas palavras, rodeado da mãe, do pai e dos irmãos. Teria dez anos? Nessa altura, acreditava-se profundamente no céu e na terra. O tempo então resumia-se ao presente, passava sem pressas. Sem preocupações."
Quando recordo a infância é assim que sinto.... "O tempo então resumia-se ao presente, passava sem pressas. Sem preocupações." Que saudades... Não é que não existissem maus momentos, mas agora é tudo tão mais complicado e tudo corre à nossa volta a uma velocidade vertiginosa.... E eu não consigo acompanhar....